A memória formalizada nos narradores de voz feminina em Bracher e Hatoum

Autores

  • Gabrielle Paulanti Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2013.v5n10a17203

Resumo

Os narradores de romances contemporâneos, como são os de Beatriz Bracher e Milton Hatoum, exigem uma análise dos deslocamentos dos sentidos do “narrar” em perspectiva histórica, que localizem o índice dessa contemporaneidade, porém aqui nos ateremos a algumas perspectivas acerca da voz que nos comunica os romances. Chamamos genericamente de “voz”, pois pretendemos nos deter na enunciação dos personagens-narradores: vozes femininas nos transmitem seus relatos de memória, de maneira direta e confessional, mas por meio de diários e cartas, uma mediação tão necessária na medida em que verdadeira. Cabe-nos perguntar a necessidade de tais plataformas para a realização desse discurso, para além da necessidade de produzir um registro escrito. Por que a necessidade de comunicar por esses registros paralelos, já tão em desuso na contemporaneidade?

Referências

BENJAMIN, Walter. “O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, pp. 197-221.

BRACHER, Beatriz. Azul e dura. Rio de Janeiro: 7Letras, 2002.

EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. Tradução de Waltensir Dutra. São Paulo: Martins Fontes, 1976.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Revista dos Tribunais; Vértice, 1990.

HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

PERROT, Michelle. “Práticas da memória feminina”. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 9, nº 18, ago.-set., 1989, pp. 9-18.

POLLAK, Michael. “Memória, esquecimento, silêncio”. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 2, nº 3, pp. 3-15, 1989.

Downloads

Publicado

2013-12-30

Edição

Seção

Artigos