Da geração 2000 à geração <em>Meia-noite e vinte</em>: o realismo engenhoso de Daniel Galera
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2018.v10n19a19616Resumo
O ensaio empreende uma leitura do romance Meia-noite e vinte (Galera, 2016) que ressalta inicialmente a engenhosidade de sua construção, perseguindo correlações de episódios do enredo aparentemente desconectados entre si. Exemplificada a astúcia da composição, levantamos uma hipótese interpretativa para o desfecho da estória, identificando, no veado branco do pampa encontrado por Aurora no último capítulo, uma referência ao personagem Andrei Dukelsky, o que afastaria de vez os rótulos de “pessimista” e “niilista” imputados ao livro por parte da crítica; e uma hipótese para a compreensão do título como anagrama de “2000”, o que possibilitaria entender a obra como reflexão metaficcional do autor sobre sua década e meia de trajetória literária. Por fim, concluímos que, em vez de polifônico, é na verdade Duque, por encarnar a já peculiar voz autoral de Galera, quem conduz, como “narrador-regente”, toda a narração. Assim, o romance se enriquece se lido na chave da autoficção.Referências
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