As consequências do deslocamento nas personagens Antonin Artaud, de <em>Viagem ao México</em>, e Max Aurach, de <em>Os emigrantes</em>

Autores

  • Andrelize Conceição da Silva Calheiros Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2020.v12n23a34475

Palavras-chave:

desterritorialização, isolamento, história, memória.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar comparativamente os processos de desterritorialização sofridos por Antonin Artaud, personagem de Silviano Santiago em Viagem ao México, e Max Aurach, personagem da obra Os emigrantes, de W. G. Sebald. Ambos vivem conflitos pessoais que os levam à migração. Artaud busca no México a reformulação do teatro francês e a cura para o seu vício; Aurach encontra em Manchester um lugar seguro para fugir do seu passado e do holocausto. Tomando por base as conceituações formuladas por Gilles Deleuze e Félix Guattari acerca desse tema, procuramos compreender como os deslocamentos afetam os sujeitos seja física ou psicologicamente. Detemo-nos no processo narrativo empregado pelos narradores das obras. Os dois narradores também são seres deslocados e procuram, no árduo trabalho de contar a história do outro, construir suas próprias histórias. Recontar uma história não é uma tarefa fácil, porque a memória é seletiva, trazendo à luz somente os fatos que o sujeito achar relevantes, enquanto outros são esquecidos.

Biografia do Autor

Andrelize Conceição da Silva Calheiros, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Mestranda em Estudos Literários na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Referências

AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da sobremodernidade. Tradução de Miguel Serras Pereira. Lisboa: 90 Graus, 2009.

BRASILEIRO, Marcus V. C. Deslocamento e subjetividade em João Gilberto Noll, Silviano Santiago e Bernardo Carvalho. Tese de doutorado em Filosofia. Minnesota: Universidade de Minnesota, 2010.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimológico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2010.

HELENA, Lucia. Náufragos da esperança. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2012.

OLIVEIRA, Paulo César Silva de. “A ficção contemporânea em tempos de desassossego”. In: HELENA, Lucia; OLIVEIRA, Paulo César Silva de (orgs.). Uma literatura inquieta: memória, ficção, mercado, ética. Rio de Janeiro: Caetés, 2016, pp. 95-117.

PARANHOS, Ana Lúcia Silva. “Des(re)territorialização”. In: BERND, Zilá. Dicionário das mobilidades culturais: percursos americanos. Porto Alegre: Literalis, 2010, pp. 147-66.

SANTIAGO, Silviano. Viagem ao México. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.

SEBALD, Winfried Georg. Os emigrantes. Tradução de Lya Luft. Rio de Janeiro: Record, 2002.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. “Reflexões sobre a memória, a história e o esquecimento”. In: ______. (org.). História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, pp. 59-88.

Downloads

Publicado

2020-09-20

Edição

Seção

Ensaios