Escrever contra o silenciamento do estupro: Vista chinesa de Tatiana Salem Levy
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2021.v13n25a42859Palavras-chave:
Tatiana Salem Levy, Vista chinesa, estupro, literatura brasileira de autoria feminina.Resumo
Muitas obras literárias de escritoras brasileiras contemporâneas tratam do estupro pelo viés ficcional, o que demonstra a necessidade de romper a barreira do silenciamento em relação a esse crime cometido contra as mulheres. O ineditismo do romance Vista chinesa (2021), de Tatiana Salem Levy, reside no fato de ter sido baseado em fatos reais, revelado numa nota da autora no final do volume, na qual ela conta a genealogia do livro: em 2014, uma amiga foi estuprada nas proximidades da Vista Chinesa; em 2018, ao se descobrir grávida de uma menina, Tatiana Levy decidiu retomar algumas notas feitas desde então e prosseguir a escrita, pensando que as meninas têm de saber. Nessa nota, a amiga decide assumir publicamente seu nome afirmando que não tem vergonha e faz questão que todos saibam que isso realmente aconteceu com ela, Joana Jabace.Referências
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