Na contramão do romance moderno: <em>De ouro e de Amazônia</em>, de Oswaldo França Júnior
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2014.v6n11a17213Abstract
O romance De ouro e de Amazônia, lançado em 1989, elege como temática o quadro social brasileiro da década de 1980. Seu protagonista, cansado das incessantes buscas de melhores condições socioeconômicas em Minas Gerais, dirige-se a Rondônia, atraído pelos comentários de enriquecimento rápido por meio da exploração do ouro. Oswaldo França Júnior elege o espaço amazônico para a representação do migrante em deslocamento para conquista pessoal e ascensão econômica, em uma narrativa que não prima pelo experimentalismo e adota a organização temporal linear. No entanto, se o despojamento é desconcertante, está coerente com o projeto de fazer o reconhecimento da realidade mediante marcas espaciais identificáveis e acontecimentos sociais contextualizados.
References
AUERBACH, Erich. “Na mansão de La Mole”. In: ______. Mimesis. São Paulo: Perspectiva, 1987, pp. 405-41.
BARBOSA, João Alexandre. “A modernidade no romance”. In: FILHO, Domício Proença (org.). Livro do seminário da literatura brasileira. São Paulo: LR Editores, 1983, pp. 21-42.
BARROS, Diana L. P. de. “Sintaxe discursiva”. In: ______. Teoria semiótica do texto. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1997, pp. 52-67.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Tradução e notas de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BERARDINELLI, Alfonso. “As muitas vozes da poesia moderna”. In: ______. Da poesia à prosa. São Paulo: Cosac Naify, 2007, pp. 13-91.
CAMPOS, Haroldo. “Poesia e modernidade: da morte da arte à constelação. O poema pós-utópico”. In: ______. O arco-íris branco. Ensaios de literatura e cultura. Rio de Janeiro: Imago, 1997, pp. 243-69.
CANDIDO, Antonio. “Uma tentativa de renovação”. In: ______. Brigada ligeira e outros escritos. São Paulo: Editora Unesp, 1992, pp. 93-102.
CARNEIRO, Flávio. No país do presente: ficção brasileira no início do século XXI. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, pp. 13-34.
COMPAGNON, Antoine. “O mundo”. In: ______. O demônio da teoria. Belo Horizonte: Humanitas, 2001, pp. 97-138.
DIMAS, Antonio. Espaço e romance. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1987.
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. Paris: Cluny, 1936.
FRANÇA JÚNIOR, Oswaldo. De ouro e de Amazônia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. Tradução de Flávio R. Kothe. 2ª ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
LIMA, Luiz Costa. “O questionamento das sombras: mímesis na modernidade”. In: ______. Mímesis e modernidade -- formas das sombras. Rio de Janeiro: Graal, 1980, pp. 67-186.
LOSEKANN, Cristiana. “Esfera pública habermasiana, seus principais críticos e as possibilidades do uso deste conceito no contexto brasileiro”. Pensamento Plural, Pelotas, nº 4, pp. 37-57, jan.-jun. 2009.
MARQUES, Ângela Maria S. “Do simples ao duplo: um percurso da narrativa de Oswaldo França Júnior”. Suplemento Literário de Minas Gerais. Belo Horizonte, out. 2009. Edição Especial.
NUNES, Benedito. “Reflexões sobre o moderno romance brasileiro”. In: FILHO, Domício Proença (org.). Livro do seminário da literatura brasileira. São Paulo: LR Editores, 1983, pp. 45-69.
PELLEGRINI, Tânia. “Ficção brasileira contemporânea: assimilação ou resistência?”. Novos Rumos, ano 16, nº 35, 2001.
______. “Realismo: postura e método”. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 42, 2007, pp. 137-55.
ROSENFELD, Anatol. “Reflexões sobre o romance moderno”. In: ______. Texto/contexto. São Paulo: Perspectiva, 1969, pp. 73-95.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Autores que publicam no Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea concordam com os seguintes termos:Os autores mantêm os direitos e cedem à revista o direito à primeira publicação, simultaneamente submetido a uma licença Creative Commons (CC-BY-NC 4.0) que permite o compartilhamento por terceiros com a devida menção ao autor e à primeira publicação pelo Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea.
Os autores podem entrar em acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada da obra (por exemplo, postá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial no Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea.