Uma leitura de Manual de flutuação para amadores, de Marcos Siscar

Abstract

O poeta-crítico Marcos Siscar (São Paulo, 1964) ocupa um lugar de des-
taque na poesia brasileira contemporânea. Segundo Anitta Costa Malufe, “Siscar é sobretudo um poeta no qual não seria possível separarmos pen- samento e poesia, prática reflexiva e prática de escrita” (2012). O objetivo deste ensaio é propor uma leitura da produção poética e ensaística de Siscar, articulada em torno do discurso de poesia e crise. Para tanto, ana- lisaremos metapoemas selecionados de Manual de flutuação para amadores (7Letras, 2015), que tematizam a problemática da crise e se alimentam dela como potência criativa, além de encarnarem “o estado de crise em sua estruturação, suas configurações, seus ritmos” (Malufe, 2012). Em diálogo com a produção poética referida, tomaremos por base, principal- mente, os pensares críticos de Poesia e crise (Unicamp, 2010) e De volta ao fim: o “fim das vanguardas” como questão da poesia contemporânea (como questão da poesia contemporânea (7Letras, 2016). No que se refere à teoria crítica sobre sua poética, valemo-nos, em especial, dos pensares de Masé Lemos, em Marcos Siscar por Masé Lemos (EdUERJ, 2011), e de Anitta Costa Malufe, no artigo “A poesia-em-crise ou a indecisão da forma”, publicado na revista FronteiraZ, em 2012.