Não pode ser, mas é. Uma tentativa de fuga da categorização “fantástico”
Resumo
Procuro repensar a categorização “fantástico” a partir de um recorte de Jorge Luiz Borges: “No puede ser, pero és”. Esse recorte é o embrião da discussão que proponho acerca do problema da categorização de contos, novelas, romances, entre outros, como “fantásticas”. Expondo o problema, busco propor a descategorização desses textos, especialmente no que tange às criações latino-americanas. Nesse sentido, acredito que a categorização “fantástico”, por mais bem-intencionada que seja, é reprodutora de uma diferença que só se sustém porque esconde o traço de similitude com o que quer que se considere “realismo”, uma diferença que começa exatamente a partir do ponto em que a teoria não consegue apreender esse “não pode ser, mas é”. Isso deveria bastar, mas não basta. Se o texto é concreto, toda leitura deveria se construir a partir dele e então ler seria estar ciente da presença daquilo que não poderia estar ali, mas está; da existência do que não poderia existir, mas existe! E isso não é uma aceitação subjugada, pois a literatura só se inscreve nesse contato tríade entre autor, texto e leitor, no qual nenhuma instância pode ditar as regras para a outra se não está, ela também, sujeita às mesmas regras.Downloads
Publicado
2018-12-05
Edição
Seção
Artigos
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