O poético como traço imanente à subjetividade na escritura de Eduardo Galeano

Autores

  • Heloisa Ribeiro Miranda Doutoranda em Estudos da Linguagem pela UFMT
  • Célia Maria Reis Professora do Departamento de Letras da UFMT
  • Vinicius Carvalho Pereira Professor do Departamento de Letras da UFMT

Resumo

O presente artigo busca discutir uma inversão do axioma de que a linguagem referencial seria um universal dentro do qual a linguagem poética se encaixaria como um caso especial. Na perspectiva ora adotada, a linguagem poética não será tomada como uma linguagem de exceção, mas sim como uma faculdade que nasce com o sujeito, da qual decorre, mais tarde, a linguagem referencial. Sendo o poético um traço imanente ao sujeito, defendemos que o estranhamento, proposto por Chklovski, como técnica que fabrica a singularização da imagem, pode ser compreendido sob outra perspectiva. Aquilo que o formalista russo julgou ser produzido por um procedimento de distanciamento do objeto seria, na verdade, a manifestação do inconsciente e o retorno, mesmo que momentâneo, do sujeito ao seu estágio poético. Para tanto, tomaremos como ponto de partida a análise semiológica da escritura do uruguaio Eduardo Galeano, com o texto “Pájaros proibidos”, retirado da obra Memoria del fuego III (2013), em diálogo com o pensamento pós-estruturalista francês e alguns pressupostos psicanalíticos.

Palavras-chave: linguagem, poético, estranhamento, Eduardo Galeano.

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Publicado

2019-05-06