Puerto Rico, identidad cadáver
Resumo
Porto Rico e sua atual condição colonial, no chamado período pós-colonial, forçou seus escritores, mais do que qualquer outro país latino-americano, a pensar, desenvolver e evidenciar, na literratura, uma possível construção identitária sólida. A produção artística da ilha caribenha, intimamente ligada a esta questão, apresentou alguns indicadores discursivos e visuais que nos permitem, não sem problematização, armar uma ideia de "portorriquenhidade", quiçá como forma de resistência à identidade estadunidense colonizadora. Neste artigo proponho analisar como esse processo de construção de identidade nacional também é baseado em certos corpos sem vida, nos detritos do real, em cadáveres históricos. Para isso, vou revisar a clássica crônica do escritor porto-riquenho Edgardo Rodríguez Juliá, "El entierro de Cortijo" (1983), onde é relatada a logística social qe foi exibida após a morte de Rafael Cortijo, pai da música popular de Porto Rico. Além disso, tenho a intenção de verificar o material visual e teórico que poderia funcionar como precedente para explicar a narrativa de cadáveres e a sua inserção no imaginário social. Algumas considerações do escritor argentino Gabriel Giorgi sobre o uso político dos corpos me ajudarão no desenvolvimento deste trabalho.Downloads
Publicado
2020-04-19
Edição
Seção
Artigos
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