Um olhar sobre a heteronímia pessoana e o heterônimo Ricardo Reis

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Resumo

O presente artigo propõe uma análise do processo criativo e de construção literária  desenvolvida por Fernando Pessoa na criação e na composição de seus heterônimos. São diversos os processos estéticos que envolvem a construção da heteronímia, dentre eles a intertextualidade, a metalinguagem e a polifonia que podem ser vistas como bases primordiais para o entendimento do assunto em questão. Por meio da criação heteronímica dentro do espaço poético, o poeta dá vida as suas criações. Com esse procedimento de criação estética, resgata, assimila, transforma, deforma, constrói e reconstrói, por meio do processo intertextual, os diferentes discursos de que se apropria. Além disso, paralelamente, aborda o conceito de metalinguagem, reproduzindo-a no momento do ato de escrever.

Biografia do Autor

Marilda Beijo Fróes, IFSP - INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO (DOCENTE) UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (PÓS-DOUTORANDA)

Marilda Beijo Fróes é Licenciada em Letras pela UNESP - Universidade Estadual Paulista (2001), com bolsa de pesquisa PIBIC/CNPq durante a graduação. Mestre em Letras, na área de Literatura e Vida Social pela UNESP - Universidade Estadual Paulista (2006), sendo bolsista CAPES. Doutora em Letras, na área de Literatura e Vida Social pela UNESP - Universidade Estadual Paulista (2012), tendo desenvolvido pesquisa no exterior com bolsa CAPES (PDEE) Sandwich na Universidade do Minho em Braga/Portugal. Desde de 2013, atua como docente efetiva no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, câmpus Catanduva nas áreas de Português, Inglês e suas Literaturas. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado na UNESP - Universidade Estadual Paulista, abordando as obras do escritor português José Saramago e participa como membro do grupo de pesquisa "Saramago, leitor de Marx", da PUC-Minas.

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Publicado

2023-09-15