Um testemunho do fora

Autores

  • Bruno Domingues Machado UFRJ

Resumo

Com o que compor, de onde e para onde se abrir? Uma dona de casa abriga muitos circuitos no seu dia a dia que se conectam entre si e cuja configuração pode mudar sem que necessariamente os componentes mudem de forma. Tomemos um circuito qualquer, por exemplo o circuito mão-louça-esponja-água, e o consideremos como um circuito fechado. Um circuito, qualquer circuito, precisa de no mínimo dois componentes, precisa da conexão de dois componentes para se formar. A conexão é o traçado pelo qual todo circuito se forma. Se tudo é conexão, se tudo se conecta não é no sentido em que tudo é associável a tudo, eu, o ar que eu e um chinês respiramos, os átomos que eu, um chinês e a matéria que existe há bilhões de anos possuímos -- numa cadeia em que se pode ir de um em um até o infinito --, mas no sentido em que onde há um circuito, onde algo se passa, onde a vida transcorre há sempre componentes em conexão. Não nos perguntemos onde há um circuito, nem quando há um, mas em quais condições por toda parte há traçado e conexão de circuitos.

Referências

BECKETT, Samuel. Molloy. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Kafka. Pour une littérature mineure. Paris: Les Éditions de Minuit, 2005

________. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2009.

________. O anti-édipo. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

________. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed. 34, 2004.

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Publicado

2010-05-30

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Seção

Artigos