CELAN -- anotações de leitura

Autores

  • Marcos Roma Santa

Resumo

Parece-me, que essa condição de homem da fronteira, de ser ontogeneticamente limítrofe, implica, evidentemente, a busca de algo, o acesso a alguma coisa e, talvez mais do que isso, uma perpétua mobilidade, um trânsito contínuo, que é ao mesmo tempo o norte de sua busca e seu meio de constituição de sua poética. Para dizer como o poeta, essa condição de homem originário das fronteiras, sejam elas geográficas, culturais ou temporais, implica sempre “acontecimento, movimento, estar sempre a caminho”, num impulso de travessia, num processo de elaboração de sua condição existencial pelo exercício dialógico com o outro -- o célebre “Sou tu quando sou eu”, do Elogio da Distância.

Referências

BENJAMIN, Walter. “Sobre o conceito da história”, in Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas, Volume 1. São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1985, pp.229-230.

BÜCHNER, Georg. “Leonce und Lena ”, dritter Akt, dritte Szene, in Werke und Briefe . Gesamtausgabe. Neue, durchgesehene Ausgabe. Herausgegeben von Fritz Bergemann. Wiesbaden : Insel-Verlag, 1958, p. 144.

CELAN, Paul. Arte Poética -- O Meridiano e outros textos. Organização, posfácio e notas de João Barrento. Lisboa: Edições Cotovia, Ltda., 1996, pp 31-32.

______. “Conversa na Montanha”. In LINS, Vera. Poesia e Crítica: Uns e Outros . Vera Lins. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.

Downloads

Edição

Seção

Artigos