IDENTIDADE E DIFERENÇA CONCILIADAS

Autores

  • Laura Ribeiro da Silveira UFRJ

Resumo

A proposta de conciliar identidade e diferença parece-nos mesmo um tanto ambiciosa, se consideramos os respectivos étimos: ambas originárias do latim, identidade provém de idem (o mesmo, o próprio, na forma neutra) mais o sufixo tardio formador de substantivo --titas, ou seja, aquilo que caracteriza o mesmo, o próprio; enquanto diferença tem sua origem na junção do prefixo dis- (afastamento) com o verbo ferre (transportar, carregar) e, posteriormente, o sufixo --ens formador de particípio presente e, em última instância, substantivo, resultando naquilo que se afasta, que carrega para longe de.

Referências

Consultado na versão online do jornal Le Monde, em 9 de agosto de 2005. Mantivemos o trecho no original para não lhe quebrar o tom ou o ritmo franceses. Apresentamos, ainda, nossa tradução: O senhor sabe, aprender a viver é sempre narcísico: a gente quer viver o máximo possível, se salvar, perseverar e cultivar todas essas coisas que, infinitamente maiores e mais poderosas que a gente, fazem entretanto parte deste pequeno “eu” que elas ultrapassam de todos os lados.

AGAMBEN, Giorgio. Op.cit.p.33

LISPECTOR, Clarice. O búfalo. In: Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.p.126. Todas as citações dos contos foram retiradas desta edição.

Idem.ibidem.p.126

SABINO, Fernando. LISPECTOR, Clarice. Cartas perto do coração. 5ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. p.128. Carta de 7 de maio de 1956.

LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Op.cit.p.127

Idem.ibidem.p.127

Além do búfalo e do cego, dos quais tratamos no presente estudo, vejam-se, por exemplo, as personagens Joana (Perto do coração selvagem), Lóri (Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres) e Sofia (Os desastres de Sofia), dentre outras, que procuram aprender -- a viver, a amar, a sofrer, a odiar, etc.- com o outro, sobretudo com uma figura masculina.

CURI, Simone. A escritura nômade em Clarice Lispector. Chapecó: Argos, 2001.p.153

Idem.ibidem.p.153. Ambos os grifos são de Simone Curi, que destaca, assim, a participação do externo na construção do eu conhecedor.

LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Op.cit.p.128

LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Op.cit.p.132

AGAMBEN, Giorgio. Op.cit.p.22

JAMESON, Frederic. Op.cit.p.125

LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Op.cit.p.19/20

Idem.ibidem.p.22/23

Idem.ibidem.p.24

Idem.ibidem.p.27

CURI, Simone. Op.cit.p.155. Os grifos são da autora e o texto foi levemente modificado, afora o trecho em itálico.

idem.ibidem.p.29

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Publicado

2007-03-30

Edição

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Artigos