Memorial de Aires, um paradoxal elogio à vida

Autores

  • Teresa Cristina Meireles de Oliveira UFRJ

Resumo

Quando falamos em Machado de Assis - e como falamos em Machado de Assis ! - somos levados, muitas vezes sem o notarmos, devido à avalanche de sua inesgotável fortuna crítica, a reproduzir expressões, análises e enfoques em torno de sua obra que, de tanto repetidos, cristalizam-se em verdadeiros clichês que teimam em ser reproduzidos num labirinto de espelhos. Resultado: o vigor da obra machadiana é forçado a se submeter a categorias, classificações e parâmetros que, longe de contribuírem para a gama de possibilidades do texto, só o cerceiam e impedem novas abordagens. Como exemplo básico e amplamente conhecido, encontramos a forçada vinculação do autor ao movimento realista atrelada a questões de geração e de momento de produção quando observamos justamente um texto que foge ao fotográfico e a uma reprodução singela daquilo que convencionamos chamar “o real”. Estas colocações se devem à verificação da recepção do romance Memorial de Aires, último romance de Machado de Assis, publicado poucos meses antes de sua morte.

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Publicado

2009-06-30

Edição

Seção

Artigos