Xambá, um personagem fenomênico n'O Risco do Bordado
Resumo
Tencionamos refletir aqui acerca do último ato, ou capítulo, do romance “O Risco do Bordado”, de Autran Dourado, intitulado “As Roupas do Homem”, o vii, com o fito de estabelecer um escólio crítico relativo a diversidade de visões e potências existenciais que emergem do personagem Xambá, através das versões e atualizações (ou mesmo “roupas”, como alude o título) com que o travestem outros personagens em suas narrativas e exposições mnemônicas ao longo do extrato em questão. Já agora, é necessário insinuar o pressuposto de que neste ato de maneira especialíssima, a memória de cada personagem, e não uma memória unânime, é o acesso exclusivo aos eventos e, portanto, ao homem Xambá, que aparece já na primeira parte do ato vii, “Estátua Equestre”, como uma potência legendária, mito na visão de um menino, para depois, nas quatro outras partes subsequentes do mesmo ato, tomar novas formas e quilates. Cada parte inaugura um modo de homem Xambá, exibindo-o como um fenômeno que se revela diferente em cada perspectiva narrada (a narrativa é perspectivada), oferecendo-nos uma hesitação que não nos permite abarcar esse personagem, determiná-lo como um objeto assente, totalizado.Referências
DOURADO, Autran. O risco do bordado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.
SOUZA. Ronaldes de Melo e. Ensaios de poética e hermenêutica. Rio de Janeiro: Oficina Raquel.
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2012-09-01
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Artigos
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