Concepções de realismo na crítica de Machado de Assis a O primo Basílio

Autor/innen

  • Lucas de Aguiar Cavalcanti

Abstract

Mesmo que se possa discordar veementemente das acusações que Machado de Assis fez a O primo Basílio, há que se reconhecer o trabalho minucioso de sua crítica. No entanto, não pretendo reacender a polêmica da famosa crítica machadiana, isto é, não pretendo avaliar a pertinência do julgamento de Machado de Assis. O que interessa neste artigo é compreender as noções teóricas que serviram de base ao argumento machadiano, ou seja, tentar depreender do texto os conceitos artísticos e literários que Machado defendia em 1878, sobretudo no que diz respeito ao realismo. Tal interesse justifica-se pela afirmação de João Cezar de Castro Rocha (2011) ao pensar sobre o julgamento machadiano do romance de Eça de Queirós: “Esse juízo é tomado como definitivo, muito embora seus pressupostos nem sempre tenham sido questionados, tampouco explicitados”. Deste modo, evito uma polêmica para entrar em outra: o realismo ou o não realismo de Machado de Assis. Para contribuir brevemente com essa discussão, que envolve o debate acerca das possibilidades e limites da Mímesis, pretendo analisar os pressupostos teóricos que Machado revela na crítica mencionada, além disso, analisarei o capítulo CVI de Quincas Borba, tentando pensar como o juízo crítico de Machado reflete em sua obra literária.

Veröffentlicht

2018-12-05