No rastro do resto: o triunfo do corpo em João Gilberto Noll
Abstract
João Gilberto Noll põe em destaque, em todo o percurso de sua obra, sujeitos ficcionais que se afastam de boa parte dos dispositivos que os individualizam sob a ótica orquestrada pela lógica biopolítica. Seus personagens, quase sempre localizados em contextos de vulnerabilidade, adotando o corpo como o centro de suas experiências, gesticulam imagens que beiram expressões vinculadas a uma falência de vida. Busca-se neste trabalho, contudo, não apenas a identificação da escatologia em que se encontram os personagens do autor. Para isso, este artigo fará uma aproximação entre os corpos presentes em A fúria do Corpo (2008), Berkeley em Bellagio (2002) e Lorde (2004) da noção de resto sugerida por Giorgio Agamben em O que resta de Auschwitz (2008) e El tiempo que resta (2006). Trata-se, aqui, de sublinhar que o que se propõe como resto na escrita de João Gilberto Noll é capaz de apontar roteiros de resistência e criação de novos modos de vida.
Palavras-chave: João Gilberto Noll. Corpo. Resto.
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