O papel dos afetos na constituição dos sujeitos e a responsabilidade de cada um
Abstract
Percebermo-nos como um Eu fragmentado é entendermos que não somos sujeitos "ex nihilo", mas antes seres condcionados por tudo aquilo que nos é exterior, que precede e que extrapola nossa existência. Para a constituição mesma do Eu, o Outro é imperativo. É a mútua e contínua despossessão que nos estabelece enquanto sujeitos. Claro, a ideia de nos perdermos, de nos sabermos tão vulneráveis ao outro pode ser assustadora, mas essa é a condição da nossa humanidade. Pretendermo-nos abrigados dos afetos é abrirmos mão de estar em sociedade. Essa parece ser uma questão emergencial, uma vez que, num mundo regido por leis neoliberais, a ideia de "sociedade" tende a ser suplantada pela nação de "indivíduo". E tal noção não apenas trata o Eu e o Outro como entes completamente apartados, como os coloca perétua e necessariamente em oposição. Assim, a eliminação do Outro - simbólica ou literalmente - torna-se um imperativo para o triunfo do Eu. Lançando mão de autores como Sigmund Freud, Judith Butler e Vladimir Safatle, este trabalho se propõe a refletir como o agenciamento de certos afetos em deterimentode outros forja os sujeitos contemporâneos e quais as responsabilidades de cada um enquanto seres - queiramos ou não - relacionais.Downloads
Veröffentlicht
2020-04-19
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Artigos
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