El reino de este mundo: sobre o realismo maravilhoso e o novo romance histórico em Alejo Carpentier
Abstract
A obra El reino de este mundo (2012), de Alejo Carpentier, publicado em 1949, é tida por pioneira daquilo que Menton (1993) chamaria novo romance histórico, uma narrativa ficcional que se volta à história, mas de modo questionador, tanto do discurso oficial quanto da relação entre literatura e história. A obra toma por base a história do Haiti, compreendendo o espaço de tempo entre 1750 e 1830, aproximadamente. O foco recai, por sua vez, sobre a série de insurgências, revoltas e revoluções de escravos ocorridas no país nesse período. Dentre os eventos narrados, o texto retoma em especial os relacionados às personagens do líder revolucionário negro Mackandal, personagem histórica e mítica da cultura do país, e de Henri Christophe, ex-cozinheiro negro que, após a revolução contra os franceses, se tornaria Rei, estabelecendo, de modo surpreendente, um regime monárquico e tirânico para com seu próprio povo. Buscaremos nesse artigo apresentar algumas considerações sobre esse romance como um exemplo do realismo maravilhoso, segundo a proposição teórica do próprio Carpentier e de Chiampi (2012), pontuando em que medida esse entendimento do romance fomenta a releitura crítica da história, sobretudo por meio do recurso a um discurso carnavalizante (BAKHTIN, 1987).
Palavras-chave: El reino de este mundo (2012); realismo maravilhoso; novo romance histórico; carnavalização.
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