A provação realista em A paixão segundo G.H.
Resumen
Nenhuma definição dará conta da inesgotabilidade do real em se manifestar sempre inovadoramente. O que temos são envios de uma novidade que já estreia no limiar de sua obsolescência. Isto, obviamente, quando tratamos a obra de arte como um objeto apático, como alvo de descrições e aplicações teóricas. Por outro lado, quando nos aprofundamos nela, com ela dialogamos. Em nossa intimidade, aprimoramos o exercício de escuta do seu silêncio, e este não se refere ao esvaziamento sonoro de um ruído, mas é o ressoar do acorde musical que cala enquanto suas ondas tornam corpo o ouvido de um músico; um silêncio reminiscente das vozes acolhidas em sua profundidade. Portanto, não é fazendo da obra literária um objeto de estudos que mergulharemos neste ensaio, mas é construindo um diálogo com as questões que nos atordoam e nos fazem mais uma vez olhar e adentrar esta coisa -- a realidade. A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector (2009), será a mão que nos guiará nesta viagem interpeladora da realidade, a fim de podermos reinstalar o questionamento em vez de simplesmente tentar responder a uma dúvida. Esta, por sua vez, será permanente em nosso envolvimento com o romance em questão, e é neste envolvimento que poderemos inquirir o real e suas maneiras de se evidenciar e se retrair nas realidades.Citas
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