Belazarte E Os Engodos Da Modernização Brasileira leitura da crônica “O diabo”, de Mário de Andrade
Résumé
Na crônica “O diabo”, de Mário de Andrade, o narrador e um amigo, Belazarte, tornam-se vítimas de engodo relativamente simples e bastante eficiente: assumindo uma aparência respeitável e consagrada pelo costume e contando com “vítimas” predispostas a não duvidar da tradição, o diabo passase por uma moça tímida, submissa até, e “fatalizada” a fazer aos outros felizes. O logro de Belazarte e do narrador remete ao poder de confusão, baralhamento e sedução da realidade brasileira, profundamente marcada como ainda está (e estava nos anos 20) por processos sucessivos de modernização pautados, em certa medida, na reposição de estruturas ligadas à colônia, à lógica patriarcal da dependência pessoal e do favor, da proteção dos “amigos” e da exploração (ou eliminação) dos outros.
Palavras-chave: Mário de Andrade, Belazarte, Modernismo, narrativa brasileira moderna, modernização.
Références
ANDRADE, Mário de. Os filhos da Candinha: crônicas. 3.ed. São Paulo: Martins; Brasília: INL, 1976. (“O Diabo”, pp. 23-30).
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RABELO, Ivone D. A caminho do encontro: uma leitura de Contos Novos. São Paulo: Ateliê Editorial, 1999.
ROMERO, Sílvio. Contos populares do Brasil. São Paulo, Landy, 2000.
VIANNA, Sérgio. Pedro Malasartes: aventuras de um herói sem juízo. São Paulo, Resson, 1999.
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