Georges Bataille: ausência de mito e modernidade
Résumé
“A ausência de mito também é um mito: o mais frio, o mais puro, o único verdadeiro”, escreve Georges Bataille. O presente artigo tem como objetivo desenvolver essa frase enigmática, que aparece num texto intitulado “Ausência de mito”, contribuição, a convite dos surrealistas, para o catálogo da exposição O Surrealismo em 1947, com o intuito de lê-la como uma tese sobre a modernidade. Uma tese que especula que, na modernidade, o humano, devido a sua avidez de mitos e a sua consciência da impossibilidade de fundar um mito verdadeiro, é levado fundar um mito particular, o mito da ausência de mito, que estaria ligado a uma ausência de comunidade e à ausência de poesia, relacionando-se, assim, com questões da literatura e da política.
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