A teoria da autoficção e os fragmentos de existência em "O irmão alemão", de Chico Buarque
Abstract
O presente artigo tem como escopo desenvolver ponderações e reflexões acerca do fenômeno estético da autoficção e depreender sua manifestação na obra O irmão alemão (2014), de Chico Buarque. O texto se desdobra em três partes distintas. A primeira parte se configura como uma propedêutica à controversa teoria da autoficção. Neste ponto, expomos elementos que compõem a especificidade da narrativa autoficcional, recorrendo aos teóricos Manuel Alberca (2007) e Anna Faedrich (2014). Em seguida, expõe-se um resumo do romance a fim de familiarizar o leitor e discorre-se acerca do conceito de fragmentos de existências, apresentando-os como integradores da especificidade da autoficção. Por fim, ao selecionar alguns fragmentos de existência, demonstra-se, por intermédio deles, a possibilidade de entrever recortes autobiográficos de Chico Buarque, imiscuídos na tessitura ficcional do romance, que estabelecem interseções entre o autor e o narradorprotagonista de O irmão alemão. Assim, logra-se o objetivo primacial de demonstrar como os fragmentos de existência endossam a ambiguidade presente em todo o romance, auxiliando na intelecção do contrato de leitura estabelecido pelo pacto ambíguo: a autorrepresentação deliberada que leva o leitor a questionar a todo instante se o narrador-protagonista é ou não é o autor.##submission.downloads##
Pubblicato
2019-12-01
Fascicolo
Sezione
Artigos
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