Reflexões sobre o cotidiano na poesia de Manuel Bandeira
Abstract
Na lírica de Manuel Bandeira, encontramos um tipo de olhar para o cotidiano que, à sua maneira, aproxima-o dos principais autores da literatura do século XX e de outros poetas modernos brasileiros, sobretudo de Carlos Drummond de Andrade, e que pouco foi tratado pela crítica. O objetivo deste artigo é, por meio das discussões de Walter Benjamin, Henri Lefebvre e Agnes Heller, repensar a noção de “cotidiano”, tão repetida pela recepção de Bandeira, entendendo-a como uma categoria histórica, ligada à tomada da memória e da subjetividade por lógicas que levam a uma regulação minuciosa e mutiladora da vida, mas que não provocam reação organizada e sim paralisia, medo e sensação de impotência. E, para tanto, são analisados os poemas “Balõezinhos”, de O ritmo dissoluto, e “A Virgem Maria”, de Libertinagem.
Palavras-chave: Manuel Bandeira, cotidiano, poesia brasileira moderna, declínio da experiência, Walter Benjamin.
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