Um corpo estranho
Abstrakt
Para essa etapa do presente trabalho, foi essencial percebermos a utopia do resgate -- acreditar na possibilidade de dizer de maneira idêntica o referente -- que governa a linguagem instrumentalizada. Como também, foi importante notarmos a consciência do poeta a respeito dessa falência e o seu esforço na estruturação incomum da linguagem poética, a fim de superar a deficiência de dizer singularmente as coisas. Na etapa seguinte, está proposta uma leitura da poética de Manoel de Barros pelas coisas inúteis e sem valor. Por gozar de um estado de repouso, as inutilidades podem ser transformadas em qualquer coisa, estando sempre a nos surpreender. Então, tal como as coisas sem préstimo (cacos, detritos, trapos, restos) quando re-combinadas, as palavras, ao perderem a funcionalidade, podem manifestar o devir que ocorre no mundo.
Bibliografia
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BARROS, Manoel de. “o menino que carregava água na peneira”. In: Exercícios de ser criança. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999
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RIMBAUD, Arthur. “ Carta dita do vidente”. In: Uma Estadia no Infern o. São Paulo: Martin Claret, 2002. (pág 80)
BACHELARD, Gaston. “A ‘preguiça' da filosofia”. In: Epistemologia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983, (pág 19)
GOETHE. Os Sofrimentos de Werther . 7ª edição. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. pág. 52
BARROS, Manoel de. Poemas Concebidos sem Pecado . Rio de Janeiro: Record, 1999. pág. 27
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