A LISTA: PREFÁCIO DAS IMENSIDÕES DO MUNDO
Resumo
Olhar uma lista de materiais familiares e, ainda assim, estranhar. Eis que no inusitado dessa operação aparece uma desconfiança do “sentido puro”, do não desdobramento do signo, da interrupção da cadeia de significados. Quando a significação estanca, logo insiste a pergunta -- o que isso quer dizer? A prática da linguagem aponta em direção ao referente, mas nunca o revela. Ele está sempre invisível, pois é a promessa (ou a falta) que move a linguagem referencial. Por isso, a exibição do referente em sua presença imediata há de gerar desconfiança. Nessa condição, sob a luz do pensamento de Barthes, vejo o referente como um “corpo neutro” que nada signifique além de sua presença, num estado de “grau zero” de significação [cf. BARTHES, 1984, p.58].Referências
AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.
BARTHES, Roland. Inéditos. Vol 3: imagem e moda. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BLANCHOT, Maurice. A Linguagem da Ficção In: A Parte do Fogo. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
CASSIRER, Ernst. Ensaio sobre o Homem: introdução a uma filosofia da cultura humana, São Paulo: Martins Fontes, 2005
ECO, Umberto. A vertigem das listas. Rio de Janeiro: Record, 2010.
HIDALGO, Luciana. Arthur Bispo do Rosario: O Senhor do Labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
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Publicado
2017-04-01
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Artigos
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