Do espaço em branco no percurso da construção da escrita de sujeitos típicos e atípicos – habilidades e práticas requeridas em sala de aula

Autores

  • Maria Cecilia Mollica Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ
  • Andreia Quadrio Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, SEEDUC
  • Hadinei Ribeiro Batista Universidade de São Paulo, USP

Palavras-chave:

Hipossegmentação, Ensino, Sujeitos típicos e atípicos

Resumo

Este texto trata de mecanismos pedagógicos atualizados para se trabalhar as hipossegmentações (doravante hipo), que são processos previsíveis na ontogênese da escrita. No início, o aprendiz precisa conhecer que os espaços em branco têm uma funcionalidade e que não há biunivocidade entre o processamento da fala e o sistema grafemático. Ao aludir à pesquisa de Quadrio (2016), comprova-se que a hipo ocorre sensivelmente mais em sujeitos de desenvolvimento atípicos em comparação aos típicos. A amostra é extraída de material escolar, como exercícios e provas, de uma escola municipal de Petrópolis, cujos dados receberam tratamento qualitativo e quantitativo. Os resultados comprovam que as dificuldades podem perdurar em todos os estágios de ensino se não há uma prática dirigida. Várias são as propostas de intervenção para introduzir, em sala de aula, uma nova pedagogia que respeite as singularidades dos sujeitos na nova Escola Inclusiva, com base em consciência fonológica fundamentalmente. Defende-se que, na ausência de orientações pedagógicas, dificilmente os obstáculos dos aprendizes podem ser sanados, colocando-se em risco a escola contemporânea.

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Publicado

02/14/2020