Entre arquivos e coleções: desafios do estudo de conjuntos documentais musicográficos a partir das suas características intrínsecas

Autores

Palavras-chave:

Acervos Musicais, Documentos musicais, Fontes musicais, Documentos musicográficos, Documentos arquivísticos

Resumo

Este artigo aborda as dificuldades de caracterização e descrição dos conjuntos documentais musicográficos, discutindo a aplicação, ao caso musical, das concepções, critérios e métodos convencionais usados em arquivos públicos e administrativos, apresentando algumas questões que evidenciam a necessidade de maior consideração das particularidades intrínsecas dos documentos e acervos musicais para aumentar a eficiência do seu processamento, e analisando alguns casos de difícil tratamento, frente à escassez de soluções seguras e suficientemente sistematizadas para tais problemas.

Biografia do Autor

Paulo Augusto CASTAGNA, Instituto de Artes da UNESP

Paulo Castagna. É graduado pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Obteve o Mestrado também na ECA e o Doutorado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP. Foi bolsista do CNPq, da Funarte, da Fapesp e da Fundação Vitae, produzindo partituras, livros e artigos na área de musicologia histórica, além de cursos, conferências, programas de rádio e televisão, e coordenou a pesquisa musicológica para a gravação de vários CDs. É professor e pesquisador do Instituto de Artes da Unesp desde 1994, colaborador do Museu da Música de Mariana desde 2001 e pesquisador PQ do CNPq desde 2007, atuando no Programa de Pós-Graduação em Música, coordenando projetos musicológicos em São Paulo e Minas Gerais e organizando encontros de musicologia em várias cidades brasileiras. Coordenou vários projetos arquivísticos, como a Organização e Catalogação da Seção de Música do Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo, o projeto Patrimônio Arquivístico-Musical Mineiro, que lançou seis volumes de música mineira inédita dos séculos XVIII e XIX, o projeto Acervo da Música Brasileira, que lançou nove volumes e nove CDs de música inédita mineira e carioca dos séculos XVIII e XIX e a digitalização da Coleção Oscar de Oliveira do Museu da Música de Mariana (MG).

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Publicado

12/21/2019