RELAÇÕES INTERTEXTUAIS EM EMILY L. DE MARGUERITE DURAS

Autores

  • Maria Cristina Vianna Kuntz

Palavras-chave:

Marguerite Duras, Relações intertextuais, Literatura Francesa, Narrativa especular

Resumo

Marguerite Duras (1914-1996) é hoje considerada uma das maiores escritoras francesas da segunda metade do século XX. Sua variada e vasta obra foi traduzida em mais de quarenta idiomas. Após uma interrupção de quase dez anos (1970-1980), dedicados principalmente ao cinema e ao teatro, no início dos anos 1980, a autora novamente retoma a escrita literária. Depois de receber o Prix Goncourt com O Amante (1984), ela publicou em 1987, Emily L.. Madeleine Borgomano considera que esse romance parece um “romance para costureirinhas” (“roman pour midinette”), porém esconde uma "história de escrita" (BORGOMANO, 2010, p.28). Ela observa que uma intriga, aparentemente simples, se constrói sobre uma narrativa especular fragmentada e intricada, que desafia o leitor a acompanhar as protagonistas em seu conhecimento pessoal, e que propõe uma reflexão metaficcional. Neste romance, a autora cria relações intertextuais com a arte, com uma poetisa e com outro escritor e também com outras obras suas. Considerando-se que desta forma se estabelece uma "rede de conexões" ("réseau de connexions" - KRISTEVA, 1969, p.114), observa-se que elas ampliam o "significado" (ECO, 1971, p.107) do romance, assim como da obra de Duras como um todo. Neste trabalho, examinaremos essas relações que, efetivamente, contribúem para transformar esse romance em um dos mais importantes desta fase.

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Publicado

01/09/2020