A paisagem nos poemas em prosa de Camille Lemonnier e Joris-Karl Huysmans
Palabras clave:
Camille Lemonnier, Joris-Karl Huysmans, poema em prosa, paisagemResumen
O presente artigo visa discutir a presença da paisagem nos poemas em prosa de Camille Lemonnier e Joris-Karl Huysmans. Os dois escritores, vinculados à literatura naturalista e reputados principalmente pela publicação de romances, praticaram outros gêneros como o conto, a crítica de arte e o poema em prosa. Eles possuem, em seus respectivos projetos estéticos, pontos em comum, como o apreço pela pintura de modo geral e pela tradição pictural flamenga em especial. As paisagens apresentadas nos poemas em prosa de Lemonnier e Huysmans conduzem a questões estéticas relacionadas à transposição de arte e à descrição pictural. Além disso, a descrição paisagística, subjetiva por definição, corrobora traços pertinentes ao conjunto da obra dos dois escritores, como a relação interdiscursiva com a pintura e a relação de ambos com a modernidade. Desse modo, faria sentido a escolha de Lemonnier e Huysmans por praticar o poema em prosa, forma literária apropriada à descrição ecfrástica e à reflexão contemplativa.Citas
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
BERNARD, Suzanne. Le poème en prose : de Baudelaire jusqu’à nos jours. Paris : Nizet, 1959.
BERTRAND, Aloysius. Gaspard de la nuit. Paris : Gallimard, 1980.
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo artístico. Trad.: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
BOURGEOIS, Bertrand. Échanges transdisciplinaires et légitimation générique : le poème en prose et les arts plastiques. Transtext(e)s Transcultures 跨文本跨文化, nº 12, p. 1-14, 2017. Disponível em: < https://journals.openedition.org/transtexts/802>. Acesso em: 09/08/19.
DALLA BONA, Fabiano. Paisagens de palavras na obra de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Rio de Janeiro: Rio book’s, 2017.
GENDRAT-CLAUDEL, Aurélie. Le paysage, "fenêtre ouverte" sur le roman: le cas de l'Italie romantique. Paris : Presse de l’Université Paris-Sorbonne, 2007.
HUYSMANS, Joris-Karl. Le Drageoir à épices. Paris: E. Dentu, 1874. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k10455721.image Acesso em: 22/07/19.
______. Croquis parisiens. Paris: Henri-Vaton, 1880. Disponível em: < https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k103022f/f1.image.texteImage> Acesso em: 22/07/19.
LAMBERT, Jérémy. L’esthétique comme propédeutique spirituelle chez Joris-Karl Huysmans. In : Séminaire doctoral « Esthétique et spiritualité. Circulation des modèles en Europe » Louvain-la-Neuve, 26 mai 2011, p. 1-12.
LARUE, Anne. Le journal de jeunesse de Delacroix : Dante et Byron « en abîme ». In : MANSAU, Andrée & PONNAU, Gwenhaël. Transpositions. Toulouse: Université de Toulouse-Le Mirail, 1986, p. 29-40.
LEMONNIER, Camille. Nos Flamands. Bruxelles: Éd. Rozem, 1869. Digitalizado por University of Ottawa. Disponível em: <https://archive.org/details/nosflamands00lemo>. Acesso em: 20/02/19.
______. Croquis d’automne. Paris-Bruxelles : Imprimerie P.- J.-D. de Sommer, 1870. Disponível em : < ark:/12148/bpt6k9605736v> Acesso em: 19/03/19.
______. La Vie belge. In: GORCEIX, Paul (Ed.). La Belgique fin de siècle. Bruxelles : Complexe, 1997, p. 63-214.
LOUVEL, Liliane. Texte/Images. Images à lire, textes à voir. Rennes : Presses Universitaires de Rennes, 2002.
MAINGUENEAU, Dominique. O discurso literário. Trad.: Adail Sobral. São Paulo: Contexto, 2018.
MERCIER, Guy. Le répertoire sémantique du mot paysage. Journal of research and didactics in geography (J. Reading), n° 2, p. 19-34, 2016.
MURAT, Michel. Le dernier livre de la bibliothèque; une histoire du poème en prose. In: MACÉ, Marielle & BARONI, Raphaël (Org.). Le Savoir des genres. Rennes: Presses universitaires de Rennes, 2007, p. 281-296.