Otim, o anagrama do mito
Parole chiave:
Mito, Mulher, Mar, Corpo, ViolênciaAbstract
O presente artigo procura trabalhar a imagem mítica de Otim em uma tentativa de encontrar perspectivas que relacionem este plano subjetivo e sua recorrência na realidade. Trata-se de um mito cuja problemática central gira em torno de uma questão de gênero, cuja latência do feminino se expande e culmina em uma espécie de catarse líquida, na qual a mulher se transforma em mar. A violência desta transformação se realiza desde um contexto de agressão cuja origem parte de um aspecto da natureza do corpo feminino. Esta proposta contempla um exercício de recriação estética que objetiva incitar uma análise crítica focada na ideia de destino, no caráter coercitivo do mito, e do movimento contrário a ele (o anagrama do mito).Riferimenti bibliografici
BENJAMIN, Walter. Crítica da Violência – Crítica do Poder. In.: ___. Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos. Trad. Celeste H. M. Ribeiro de Souza. São Paulo: Cultrix, 1986, p. 160-175.
_______. Origem do drama barroco alemão. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984.
GROSSI, Miriam Pillar. Novas/Velhas Violências contra as Mulheres no Brasil. Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro, CIEC Escola de Comunicação UFRJ, número especial, p. 473-483, out. 1994.
LAWAL, Babatunde. Orí: the significance of the head in Yoruba sculpture. Journal of Anthropological Research, v. 41, n. 1, p. 91-103, 1985.
PEZZELLA, Mario. Image mythique et image dialectique. Remarques sur le Passagen-Werk. In: WISMANN, H. (Org.). Walter Benjamin et Paris. Colloque international 27-29 juin 1983, Paris, p. 517-528.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.