Nós em comum: reflexão sobre a educação das relações étnico-raciais
Resumen
Uma das consequências do racismo é a tendência ao abandono, pela própria pessoa racisada, dos pertencimentos e especificidades que a constituem. A escola é um dos lugares de sociabilidade onde essa questão está presente e é, via de regra, um lugar em que culturas e estéticas negras são depreciadas. Pessoas negras, de povos indígenas, que professam crenças e religiosidades não cristãs e/ou pertencentes a singularidades, culturas e regiões subalternizadas e/ou marginalizadas pela sociedade ainda são constrangidas por currículos escolares, práticas pedagógicas e - processos de qualidade e excelência acadêmicas que, em geral, baseiam-se em valores, princípios e diretrizes que, quase sempre, incluem uns e excluem outros. Porém, na perspectiva do conceito de educação das relações étnico-raciais construído pela luta do movimento negro e transformado em obrigatoriedade legal, professores e professoras devem fazer com que currículo e prática pedagógica afirmem e reforcem positivamente os diversos pertencimentos étnicos e raciais. Ou seja, é importante que educadores(as), ao cultivarem e expressarem seus pertencimentos étnico-raciais, estejam abertos a compreender, respeitar e valorizar os demais pertencimentos, para que todos se vejam em condições simétricas. É importante que nosso olhar seja voltado para um nós em comum, para a produção desse comum como relação.