Resistência evangélica como direito à cidade na luta contra as remoções nas favelas do Rio de Janeiro
Resumen
Os evangélicos brasileiros são alvo de certo estigma em razão de uma tendência moral e política majoritária de proximidade com o conservadorismo. O objetivo deste texto, porém, é mostrar que, embora minoritárias, tendências contrárias de luta e resistência também existem. A partir da luta contra a remoção de uma favela da Zona Sul do Rio de Janeiro, que iniciou-se no contexto de preparação da cidade para os chamados “Grandes Eventos Esportivos” e que continua até hoje, pretende-se apresentar o caso de uma liderança comunitária, uma mulher evangélica, que conduziu a luta coletiva dos moradores contra a remoção da referida favela. Para tanto, valemo-nos de um trabalho de campo que incluiu uma visita à referida favela e a realização de uma entrevista com a referida liderança. O caso é ilustrativo de como uma abordagem totalizante sobre os evangélicos corre sempre o risco de reduzí-los a estereótipos que nem sempre encontram correspondência na realidade. No caso em questão, uma mulher evangélica apoiada pela instituição da qual faz parte conduziu uma comunidade a um dos casos de maior sucesso da luta coletiva contra as remoções e pelo direito à cidade, um tipo de direito que vai além do direito à moradia e inclui a liberdade de decidir onde e como viver de acordo com o desejo dos moradores de um lugar.Descargas
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