Arquivos, promessas, valores: infraestruturas forenses em tempos de austeridade
Résumé
Este artigo analisa o papel das infraestruturas na "virada bio informacional" na ciência forense e examina processos através dos quais as evidências são constituídas, validadas ou desafiadas em e através de domínios de especialização que envolvem diferentes técnicas, dados, objetos e conhecimentos através de arranjos infraestruturais. Enquanto a digitalização das infraestruturas que sustenta a prestação de serviços forenses prometia conectividade, prosperidade e bem-estar, na realidade ela também trazia novos níveis de risco e vulnerabilidade, gerando novas tensões e atritos no corpo político. À medida que a ciência genética atinge horizontes pós-arquivamento através de novas tecnologias de sequenciamento genético, a ciência forense em tempos de pós-arquivo levanta questões quanto ao impacto diferencial da fragmentação das infraestruturas analíticas e arquivísticas e das burocracias cada vez mais assincrônicas cujo papel é deslocado pela relativa autonomia dos conjuntos de dados e arquiteturas computacionais que escapam à governança, à supervisão e ao escrutínio dos cidadãos.