Ordem espontânea, complexidade e caos: tempo, criatividade e incerteza
Résumé
A noção de ordem espontânea implícita no pensamento de autores como Adam Smith, Adam Ferguson e David Hume foi eclipsada pela ascensão de uma concepção de ciência baseada na ideia de determinação, linearidade e reversibilidade. No entanto, a generalização dos estudos sobre os sistemas complexos e a teoria do caos no campo das hard sciences permitiu a retomada de uma discussão transversal que abriu a possibilidade de reconciliar o realismo científico com as tradições hermenêuticas e ideográficas identificadas às humanidades. Este artigo reconstitui, em largos traços, a noção de ordem espontânea e a reflexão contemporânea sobre o caos e a complexidade, ressaltando o seu impacto ontológico e na própria concepção de gênese e da dinâmica da sociedade.