Hortas urbanas na produção dos “espaços comuns”: o desenho do território no Rio de Janeiro
Résumé
O trabalho apresenta a tese de que as hortas urbanas podem ser enxergadas enquanto novas territorialidades, engendradas nas tensões epistêmico-políticas da cena urbana contemporânea. O caminho teórico-metodológico é traçado por uma trama conceitual de fios descoloniais, que passa por “buen-vivir”, “espaços comuns” e “pluriverso”. No que se refere ao objeto empírico vivencial a lente recai sobre algumas experiências de agroecologia, assim como nas cartografias advindas de esforços coletivos de reconhecimento em escala macro territorial. O “mapeamento colaborativo das hortas comunitárias” e o “mapeamento de experiências de agroecologia”, ambos no Rio de Janeiro, provocam reflexões acerca da ecocidadania e da territorialização da cidadania. A feitura dos mapas traz a “experiência de cartografar as experiências” e traduz os territórios “comuns” das hortas em grafagens: carto-grafagens, grafagens da terra-território, marcações dos espaços comuns que sugerem co-presenças e redes de apoio. Estas teias de solidariedade socioambiental buscam se sustentar numa cidade atravessada por milícias e narco milícias, agravadas pela ausência do Estado. O artigo está dividido em quatro partes: introdução, a trama conceitual, a experiência de cartografar as experiências dos “comuns” e as considerações finais - por onde andamos, para onde vamos?