As políticas do pop: sofrência, funk carioca e o feminismo popular brasileiro

Autores

  • Mylene Mizrahi Doutora em Antropologia Cultural pela UFRJ e período sanduíche na University College London. É professora adjunta no Departamento de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio. Coordena o Estetipop – Laboratório de Estéticas, Antropologia e Cultura Pop/Popular.

Resumo

Nesse artigo atendo ao desafio para pensar o político para além da Política junto ao artista pop e meu entendimento sobre seus poderes de traduzir realidades complexas. Norteada, por um lado, pelo silêncio em torno da morte da cantora de sertanejo Marília Mendonça e, de outro lado, pela comoção nacional que sua partida provocou, proponho um exercício em torno do gênero e das relações de poder. Argumento que o sucesso retumbante de Marília pode ser entendido por sua capacidade de capturar o feminismo popular brasileiro e ao mesmo tempo pela incapacidade dos políticos e intelectuais, sejam eles homens ou mulheres, de captar os anseios do que poderíamos chamar de o feminino brasileiro e que traduzem, em última instância, as demandas do Brasil popular. Se antes tive como interlocutor privilegiado o cantor de funk carioca Mr. Catra – um homem conhecido por suas falas explícitas em torno do sexo e das drogas, além de dono de uma sofisticada ironia – aqui quero somar o ponto de vista feminino. O fato de hoje serem as artistas mulheres a permitirem perspectivar o Brasil é uma novidade que não deve ser desprezada.


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Publicado

2022-01-26

Edição

Seção

Rede Moitará