ESCRAVOS E PARASITAS, PERSONAGENS DO UNIVERSO PLAUTINO: UMA ARQUEOLOGIA DO GÊNERO CÔMICO
DOI:
https://doi.org/10.55702/medievalis.v11i2.53521Palavras-chave:
comédia, Plauto, escravo, parasitaResumo
Pretende-se observar, em peças selecionadas, elementos utilizados pelo comediógrafo latino Plauto (aprox. 254-184 a. C.) para colocar em cena dois personagens-tipo, o escravo atrevido e o parasita. Recorreu-se a postulações teóricas de Marilda Ciribelli (1991) e Amy Richlin (2017), que tratam em especial da primazia do escravo no teatro plautino. Salienta-se que o ponto de partida das análises é a observação do uso de alguns vocábulos utilizados pelo comediógrafo para provocar o riso. Serve de exemplo para o tipo escravo Tranião, da peça Mostellaria (A comédia do fantasma). Para o parasita optou-se por Gorgulho, da peça homônima de Plauto. Suas atitudes, além de provocar o riso, levam a questionamentos como a receptividade por parte do público.
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