A perversão das imagens: notas sobre o olhar no Caderno de memórias coloniais de Isabela Figueiredo
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2022.v19n1a54743Keywords:
texto e imagem, revirar, desterro, violênciaAbstract
O ensaio lê quatro fragmentos do Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, e reflete sobre o diálogo entre texto e imagem que é construído ao longo da narrativa. O livro parece se constituir a partir de um conflito entre o texto e as fotografias de infância de Isabela que são reproduzidas sobre as páginas, encenando um jogo perverso em que as palavras estão sempre a revirar a aparente harmonia das fotografias. Além disso, a escrita de Figueiredo parece se apropriar da linguagem fotográfica e cinematográfica, de modo que é possível – e talvez necessário – que o leitor estabeleça diálogos entre o Caderno e outras obras visuais. A partir desses mecanismos ópticos a narrativa se abre para um doloroso trabalho de linguagem elaborado sobre o desterro, a violência colonial e a perda.
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