O drama estático das Três Mulheres com Máscara de Ferro: preceitos brechtianos no teatro de Agustina Bessa-Luís
DOI:
https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2019.v16n2a38185Palavras-chave:
Agustina Bessa-Luís, Brecht, Drama estático, Intertextualidade, Teatro épico.Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a peça intitulada Três Mulheres com Máscara de Ferro (2014), da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís (1922-2019). É nosso intuito mobilizar os preceitos do teatro épico brechtiano para refletirmos sobre o caráter anti-ilusionista da obra em questão, uma vez que as personagens mulheres se revelam como pura ficção. Esta análise se aplica ainda ao enlace e à referência intertextual marcante com o “drama estático” O Marinheiro, de Fernando Pessoa. De modo semelhante, as peças apresentam o seguinte formato: apenas três mulheres imóveis dialogam entre si sobre a questão do ser, problematizando, fundamentalmente, a noção de realidade e de ficção.Referências
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