Entrevista com Alessandra Ramos, ativista no combate à LGBTIfobia
Resumo
Ao publicar, na íntegra, uma entrevista com uma brilhante ativista contra a LGBTIfobia, METAXY busca estabelecer maiores articulações com o edital de chamada deste número, cujo foco se amplia para os processos relacionados ao abandono de
garantias legais do exercício da cidadania. As palavras de Alessandra Ramos expõem a denúncia de uma espécie de “vida nua”, afetada pela intensidade da crueldade, impulsionada pelo gozo punitivo, administrada pelo medo que desencadeia práticas de violência material e simbólica sem máscaras contra milhões de cidadãos circunscritos às identidades LGBTQIA+. Em outros campos, nossa entrevistada discorre sobre como a conjuntura de gênero, o machismo estrutural e as lutas contra as vulnerabilidades sociais e econômicas atingem essa população, com destaque para as pessoas travestis e trans.
A entrevista foi realizada em 9 de junho de 2021, no decorrer da pesquisa “Tráfico de Pessoas e Escravidão Sexual na Perspectiva das Travestis e Mulheres Trans”, conduzida pelo sociólogo Murilo Peixoto da Mota no âmbito do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC), do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas e Direitos Humanos (NEPP-DH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Alessandra Ramos era tradutora e intérprete de inglês, francês e libras. Fundou o Instituto Transformar Shelida Ayana1, voltado para mulheres e homens trans, transmasculines e travestis que atuam no combate à LGBTIfobia. Foi assessora parlamentar do ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e também da deputada estadual Dani Monteiro (PSOL). Também conhecida como Makkeda, faleceu meses após a entrevista, aos 41 anos. Deixou um legado de ativismo marcado pela causa da diversidade sexual, pelo antirracismo e pela luta por direitos humanos.
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