DOM FELIPE DE SOUSA E CASTRO: VASSALAGEM, MERCÊS E PROEMINÊNCIA FAMILIAR NUMA VILA DE ÍNDIOS DA AMÉRICA PORTUGUESA NO ANTIGO REGIME.
Resumo
Resumo:
Líder tabajara de sua aldeia, localizada na Serra de Ibiapaba na capitania do Ceará, e herdeiro de uma longa experiência de contato e colaboração com os poderes coloniais, D. Felipe de Sousa e Castro seguira o exemplo de outras importantes lideranças, conseguindo mercês régias e a proeminência de um grupo de índios privilegiados, a família Sousa e Castro. A base que sustentava essa proeminência estava na relação assimétrica rei/vassalos com serviços prestados a Coroa portuguesa e nas diversas formas de recompensa típicas daquela sociedade de Antigo Regime. Ao acompanhar a trajetória biográfica de D. Felipe de Sousa e Castro, espera-se lançar luz sobre distintos elementos de hierarquia e ascensão social do Antigo Regime que tocava também os vassalos ameríndios de sua Majestade.
Palavras-chave: América Portuguesa; Antigo Regime; História indígena; Ibiapaba.
Referências
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, M. R. C. de. “De Araribóia a Martim Afonso: lideranças indígenas, mestiçagens étnico-culturais e hierarquias sociais na colônia”. In: VAINFAS, R. et al. Retratos do Império. Trajetórias individuais no mundo português nos séculos XVI a XIX. Niterói: EDUFF, 2006, p. 13-27.
ALMEIDA, M.R.C. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.
BEZERRA, A. Notas de viagem. Fortaleza: Imprensa Universitária, 1965 [1889].
BLUTEAU, R. Vocabulario Portuguez & Latino. (10 vols.). Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.
CARVALHO JR., A. D. Índios cristãos: a conversão dos gentios na Amazônia Portuguesa (1653-1769). 2005. 407 fls. Tese (Doutorado em História), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
COUTO, D. L. Desagravos do Brasil e glórias de Pernambuco. Ed. Fac.-sim. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1981 [1759].
DOMINGUES, A. Quando os índios eram vassalos: colonização e relações de poder no norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses, 2000.
DIREÇÃO com que interinamente se devem regular os índios das novas vilas e lugares, erectos nas aldeias da capitania de Pernambuco e suas anexas. RIHGB, Rio de Janeiro, vol. 46, p. 121-171, 1883.
DIRECTÓRIO, que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão, em quanto sua Magestade não mandar o contrário. 03/05/1757. In: NAUD, L. M. C. (org.). Documentos sobre o índio brasileiro (1500-1822) – 2ª parte. Revista de Informação Legislativa. Brasília, vol. 8, n.29, p. 263-279, 1971.
FERNANDES, F. Organização Social dos Tupinambá. 2ªed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1963.
FERREIRA, A. B. de H. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
FRAGOSO, J. et al (orgs.). O Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (Séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
GOMES, J. E. A.B. As milícias d'el rey: tropas militares e poder no Ceará setecentista. São Paulo: FGV, 2010.
KANTOR, Íris. “A disputa da América na historiografia brasílica: D. Domingos Loreto Couto e frei Gaspar da Madre de Deus”. In: VAINFAS, R. et al. Retratos do Império. Trajetórias individuais no mundo português nos séculos XVI a XIX. Niterói: EDUFF, 2006, p. 71-80.
LOPES, F. M. Em nome da liberdade: as vilas de índios do Rio Grande do Norte sob o diretório pombalino no século XVIII. 2005. 700 fls. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.
LOPES, F. M. Índios, colonos e missionários na colonização da capitania do Rio Grande do Norte. Mossoró: Fundação Vingt-um Rosado/IHGRGN, 2003.
AUTOR, XXX.
AUTOR XXX.
MIRALES, J. História militar do Brasil, desde o ano de 1549, em que teve princípio a fundação da cidade de São Salvador, Bahia de Todos-os-Santos, até o de 1762. Rio de Janeiro: ABN, vol. 22, 1900.
MELLO, J. A. G. de. D. Antônio Felipe Camarão, capitão-mor dos índios da costa do Nordeste do Brasil. Recife: Universidade do Recife, 1954.
MELLO E SOUZA, L. de. O sol e a sombra: política e administração na América portuguesa do século XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
MONTEIRO, N. “Governadores e capitães-mores do Império Atlântico português no século XVIII”. In: BICALHO, M. F.; FERLINI, V. L. A. (orgs.). Modos de governar: ideias e práticas políticas no império português. Séculos XVI-XIX. São Paulo: Alameda, 2005, p. 93-115.
RAU, V. (ed.). Os Manuscritos do Arquivo da Casa de Cadaval respeitantes ao Brasil (vol. II). Coimbra: Universidade de Coimbra, 1958.
ROCHA, R. A. Os oficiais índios na Amazônia pombalina: Sociedade, hierarquia e resistência (1751-1798). 2009. 146 fls. Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2009.
STUDART FILHO, C. Aborígines do Ceará. Fortaleza: Editora do Instituto do Ceará, 1965.
VIEIRA, A., S.I. Relação da Missão da Serra de Ibiapaba [1660]. In: GIORDANO, C. (coord.). Escritos Instrumentais sobre os Índios. São Paulo: EDUC/Loyola/Giordano, 1992, p. 122-190.
