Acumulação financeira e desenvolvimento na periferia: notas sobre o processo de financeirização no Brasil pós-estabilização monetária
Palabras clave:
Financeirização, Desenvolvimento, Economia Brasileira ContemporâneaResumen
As teses sobre financeirização examinam um elemento central da dinâmica econômica mundial nas últimas três décadas: a proeminência que assume as finanças na produção e na apropriação da riqueza capitalista nas economias centrais, especialmente nos EUA e na Europa. A ascensão das finanças no capitalismo contemporâneo não se apresenta como um fenômeno exclusivo das economias centrais, mas também se evidencia na periferia. A crescente literatura sobre a financeirização na periferia busca dar conta tanto da dimensão nacional do fenômeno, com especificidades em relação ao centro e entre si, quanto das formas de inserção destas economias que motivaram a constituição de diferentes mecanismos internos de valorização financeira do capital. A partir desta referência teórica, o trabalho visa apresentar a hipótese de um processo particular de financeirização no Brasil após a estabilidade monetária. Em linhas gerais, ele discutirá a natureza da inserção externa da economia brasileira a partir da década de 1990 e o marco institucional da política macroeconômica que vigora desde o início dos anos 2000. Dado o caráter preliminar da investigação, apresenta-se uma agenda de pesquisa para estudos posteriores sobre a financeirização no país, apontando os principais mecanismos de valorização financeira interna e os impactos sobre o desenvolvimento econômico.