Uma Análise Teórico-Crítica da Crise do Euro a partir da Teoria Cartalista da Moeda
Parole chiave:
União Europeia, Zona do euro, Crise do euro, Teoria Cartalista da MoedaAbstract
O objetivo deste artigo é analisar a crise do euro, desencadeada a partir de 2009, e as razões das dificuldades enfrentadas pelas economias que participam do projeto de integração monetária da Europa de encontrarem um caminho harmônico para superá-la. Para isso, parte-se da discussão histórica da criação do euro, a fim de demonstrar de que a forma o projeto deixou fragilidades estruturais que mais tarde gerariam desequilíbrios, e submeteu as economias da zona do euro a critérios macroeconômicos rigorosos e padronizados, em consonância com os interesses da Alemanha, sem criar, no entanto, uma autoridade política centralizada e legítima. Busca-se, em seguida, demonstrar que a zona do euro não constitui uma Área Monetária Ótima (AMO), cujos princípios advêm da Escola Metalista da Moeda. A Abordagem Cartalista da Moeda é admitida como uma abordagem crítica que melhor explica tanto do processo europeu de unificação monetária, conduzido desde o final dos anos 1960, quanto a crise do euro. Dadas as grandes dificuldades de harmonização econômica e política entre os membros e as instituições comunitárias, discutem-se, em seguida, as razões pelas quais a moeda única da União Europeia (UE) foi colocada em uma posição mais vulnerável na hierarquia do Sistema Monetário Internacional e expôs o déficit democrático dos Estados membros periféricos da UE.