O passado está presente na “Nova China” – uma abordagem weberiana da natureza do Estado chinês
Palavras-chave:
Nova China, Marxismo, Institucionalismo Weberiano, Patrimonialismo, PrebendalismoResumo
Como discurso legitimador, a RPC chama-se de “Nova China”, acentuando a quebra promovida pelo sistema socialista em relação à “Velha sociedade”, “meio colonial, meio feudal”. Embora a doutrina marxista sirva de descrição oficial da natureza do Estado chinês, definindo a China no plano internacional, há limitações no sentido de explicar o que se manteve na transição institucional da “Velha Sociedade” para a RPC. O presente artigo argumenta que o Marxismo não dá conta dessas mudanças, por carecer de ferramentas conceituais para explicar o funcionamento do Estado imperial. Em sentido oposto, a visão institucionalista de Max Weber, reforçada pela “tese hidráulica” de Karl Wittfogel, explica cogentemente que o Estado chinês tem duas características fundamentais que se mantêm na “Nova China”, notadamente a “centralização do poder político”, fundada no patrimonialismo e o “governo burocrático” segundo práticas prebendalistas.