100 ANOS DA UFRJ E 60 ANOS DE ORGANIZAÇÃO E LUTA: UM PAPO CABEÇA COM ARNALDO GONÇALVES BANDEIRA

Autores

  • Francisco de Assis dos Santos

Resumo

     Em comemoração aos 100 anos da nossa UFRJ, onde trabalho desde 1988, resolvemos resgatar a memória da nossa comunidade universitária, em particular da nossa própria categoria, para podermos manter a luta pela valorização da importância do nosso fazer institucional. E com este espírito aguerrido de que somos parte dessa importante e rica história em todas as cenas universitárias no fazer institucional, seja ela uma limpeza e capina do campus universitário ao médico cirurgião do nosso hospital, resolvemos resgatar a memória da evolução do nosso processo organizativo e representativo de categoria. Pois foi através da luta coletiva que obtivemos mudanças importantes na gestão da Universidade. Se nas primeiras quatro décadas de existência da UFRJ fomos considerados apenas como serviçais da cátedra e/ou um mero coadjuvante do docente, foi a partir de 1960 que iniciamos um processo incipiente de organização e representação que nos levou a fundar a ASUFRJ que nasce como um instrumento meramente assistencialista, mas foi a partir dessa organização e da necessidade de se inserir nas transformações sociais do nosso país que os trabalhadores resolveram mudar o viés assistencialista para uma linha mais reivindicatória e construíram a primeira greve nacional com a “Declaração de Belo Horizonte” em 1982 (Revista Memorial 30 anos – Linha do Tempo FASUBRA SINDICAL). E neste processo evolutivo de organização veio a se transformar em entidade sindical no ano de 1993.

 

Neste cenário, de olhos voltados para a importância da organização dos trabalhadores e de que eles são parte fundamental nas mudanças no processo da gestão pública universitária, a exemplo da própria criação da revista PGPU, resolvemos entrevistar o Trabalhador Técnico Administrativo em Educação Arnaldo Gonçalves Bandeira que iniciou sua vivência na instituição ainda adolescente como engraxate e posteriormente veio a ser contratado na UFRJ em 1956. Ao completar seus requisitos em 1990, resolveu se aposentar preocupado com as mudanças no serviço público que foram anunciadas pelo então governo Fernando Collor de Mello. No entanto, mesmo aposentado e com sua dificuldade de locomoção, oriundo de uma paralisia infantil, foi presente e atuante no processo organizativo da nossa entidade ASUFRJ/SINTUFRJ e não largou o convívio universitário e atividades convocadas pelo sindicato. Sua experiência de já ter participado da comissão de enquadramento em 1987 com a conquista do PUCRECE o credenciou para atuar na comissão de enquadramento em 2005, fruto da conquista do nosso PCCTAE. E na sequência foi eleito como integrante da primeira CIS (Comissão Interna de Supervisão da carreira) que teve o objetivo de supervisionar a implantação das fases deste novo plano de carreira. Entre 2015-2017 integrou o departamento de memória sindical do SINTUFRJ juntamente com outros três colegas aposentados: Djalma de Souza Cabral e os já falecidos Manuel Dantas de Oliveira e Elliu dos Santos. E com a colaboração de trabalhadores da entidade e de outros colegas da UFRJ publicaram a revista Projeto Memória “uma narrativa de lutas, conquistas e resistência” como pretensão do primeiro passo para criar definitivamente um Departamento de documentação e memória sindical do SINTUFRJ/ASUFRJ como política de categoria e não de direção. Portanto, sendo um dos integrantes mais antigos ainda em atividade sindical, foi considerado um arquivo oral muito importante para nosso resgate histórico sobre o surgimento da nossa entidade organizativa, bem como de vivência das diferentes mudanças ao longo desses 60 anos. E nessa comemoração dos 100 anos da UFRJ essa história de Organização, luta e resistência merece ser contada.

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Publicado

2020-12-15

Edição

Seção

Entrevista