MOBILIDADE INTERNACIONAL PARA OS DISCENTES DO CEFET/RJ CAMPUS NOVA FRIBURGO/RJ: QUAIS OS LIMITES DE SUA DEMOCRATIZAÇÃO?
Palavras-chave:
Mobilidade Internacional, Democratização, CEFET/RJ.Resumo
A mobilidade internacional stricto sensu é o vértice mais aparente da internacionalização. Em função da inexistência atual de programas ou fundos estatais voltados ao seu fomento e financiamento, o custeio do deslocamento e estada no exterior, via de regra, fica a cargo do discente que, no ato de sua inscrição, assume o compromisso de arcar com suas despesas, ainda que seja contemplado com eventuais bolsas de auxílio exterior. Partindo do reconhecimento de que a sociedade brasileira é marcada pela desigualdade socioeconômica, manifesta, dentre outros, em uma desigualdade de renda que dificulta o acesso a determinados serviços e bens de consumo, é correto afirmar que nem tudo está ao alcance de todos. Alicerçado neste mote, o presente estudo se propõe a identificar se a mobilidade internacional conduzida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ, mais exatamente no campus de Nova Friburgo, se realiza de maneira democrática entre seus estudantes. Com base em uma pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa, pautada no levantamento bibliográfico, documental e na realização de entrevistas, se observa que, embora estudantes pertencentes às famílias de baixa renda tenham vivido a mobilidade internacional, este não parece ser o fiel retrato de sua democratização no CEFET/RJ.
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