DA MEMÓRIA UNIVERSITÁRIA: POR UMA GESTÃO FORMATIVA DOS ESPAÇOS INSTITUCIONAIS
Palavras-chave:
Gestão da memória, Instituição, UniversidadeResumo
O presente estudo buscou analisar a gestão da memória no contexto da universidade pública brasileira, com recorte em uma universidade federal a partir da relação direta de seus autores, no estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa teórica, que busca problematizar o tratamento dado à composição da memória, que é contínua, ainda que alguns resquícios da história institucional estejam sendo considerados ao longo de sua existência. O estudo buscou diálogo com autores que têm se dedicado ao diálogo sobre memória individual e coletiva – Halbwachs (2013) e Le Goff (2013); e institucional – Oliveira (2002), buscando suporte para um repertório de fomento à reflexão do que os espaços acadêmicos, e a Universidade em particular, têm conseguido difundir como memória-história. Por meio da Teoria Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2014; 2005), analisamos alguns vestígios da história, que ainda se mantêm pelo suporte de um sítio de um Centro de Memória. Pelos resultados, percebemos a ausência de uma memória também individual, em um processo cuja centralidade tem buscado mais a história do que a memória institucional em si. Tal realidade, em nossa discussão, pode representar uma perda de identidade efetiva, bem como uma descontinuidade memorial de todos os sujeitos que compõem e que compuseram aquele espaço – o que nos coloca a propor, nas considerações, a presença de um memorial de formação, atribuindo valor a essas diversas construções das lembranças, e ao território de formação que pode ser a academia, inclusive quando trabalha, em gestão, seus processos históricos.
Referências
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