ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NAS DUAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XXI
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.2019.v4n2.31216Palavras-chave:
ensino de língua portuguesa, documentos reguladores do ensinoResumo
Este dossiê sobre ensino de língua portuguesa no Brasil, nas duas primeiras décadas do século XXI, foi pensado para oferecer a alunos e professores das áreas de Letras e Pedagogia uma reflexão a respeito de aspectos que costumam ser discutidos em salas de aula nos cursos de graduação e pós-graduação, mas que também preocupam professores da Educação Básica, muitas vezes afastados há tempos dos debates acadêmicos e convivendo com inúmeras dificuldades para lecionar.
Convidamos, para responder a quatro questões, cinco profissionais renomados na área de Letras e Linguística, que atuam em universidades públicas brasileiras (UERJ, UFF, UFPE, UFU, UNICAMP), desenvolvem pesquisas e publicam artigos e livros acerca do ensino de língua portuguesa. O resultado é um panorama abrangente e complexo das dificuldades pelas quais passam professores da educação básica, das questões ainda por responder sobre análise linguística e das temáticas concernentes aos documentos oficiais que servem de diretriz para professores, escolas e editoras de livros didáticos.
A respeito de tais documentos oficiais, percebemos, nos últimos anos, uma abertura no que tange ao tratamento de tópicos como discurso, gênero textual, multimodalidade e variação linguística, tornando suas preocupações mais alinhadas com as das teorias científicas modernas — a despeito, obviamente, de todas as falhas que, porventura, possam apresentar. O mencionado afastamento entre professores da Educação Básica e os desenvolvimentos teóricos pode, muitas vezes, dificultar a compreensão dos documentos e tornar falha a transposição das orientações e dos conteúdos para as classes de Educação Básica. É nossa intenção, portanto, que o contato com as perspectivas de especialistas com ampla experiencia prática e teórica em ensino de língua portuguesa lance luz a problemas que professores, dos diversos segmentos, vêm enfrentando.
Respeitamos, na íntegra, todas as respostas, sem edição. Ao final deste dossiê, inserimos referências bibliográficas, de obras citadas pelos entrevistados ou por ele sugeridas, para quem quiser complementar seus conhecimentos sobre os temas aqui abordados. Esperamos, com estas entrevistas, estimular o debate a respeito de ensino de língua portuguesa e colaborar com a formação continuada dos professores.
Deixamos, aqui, por fim, um enorme agradecimento aos entrevistados, cuja gentileza tornou possível a organização deste dossiê.
Referências
ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino. São Paulo: Parábola, 2009.
BRASIL. LEI Nº 5.692, 11 de agosto de 1971 - Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm. Acessado em 03/12/2019
______. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Base Nacional Curricular Comum: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 2017.
BUNZEN, Clecio. A fabricação da disciplina escolar Português. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 11, n. 34, p. 885-911, set./dez. 2011.
______; MENDONÇA, Márcia. (Orgs). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo. Parábola, 2006.
COSTA, Iara; FOLTRAN, Ma. José. (orgs.). A tessitura da escrita. São Paulo: Contexto, 2013.
DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2004.
ELIAS, Vanda (org.). Ensino de língua portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, 2011.
FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira – desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, 2008.
GERALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de aula: leitura & produção. Cascavel: Assoeste, 1984.
______. Deslocamentos no ensino: de objetos a práticas; de práticas a objetos. In: ______. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010, p.71-80.
KOCH, Ingedore; ELIAS, Vanda. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
OLIVEIRA, Maria do Socorro. Gêneros textuais e letramento. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 1, n.2, p.325-345, 2010.
ROJO, Roxane (org.). A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2000.
______. Pedagogia dos Multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, R; MOURA, E. Multiletramentos na Escola. São Paulo: Parábola, 2012. p. 11-31.
______.; BATISTA, Antônio Augusto. G. (orgs.) Livro didático de língua Portuguesa, letramento e cultura da escrita. São Paulo: Mercado de Letras, 2003.
SANTOS, Leonor Werneck dos; Cuba RICHE, Rosa; TEIXEIRA, Claudia de S. Análise e produção de textos. São Paulo: Contexto, 2012.
SUASSUNA, Lívia. Ensino de língua portuguesa: os gêneros textuais e a “ortodoxia escolar”. In: Zozzoli e Oliveira (Orgs.). Leitura, escrita e ensino. Macéio: EDUFAL, 2008. p.111-136.
TEIXEIRA, Lúcia. Leitura e interpretação de textos: contribuições da teoria semiótica. In: RAMOS, D. V.; ANDRADE, K. dos S.; PINHO, M. J. de (orgs.). Ensino de leitura: reflexões e perspectivas interdisciplinares. Campinas/ SP: Mercado de Letras, 2011.
TEIXEIRA, Lúcia. Gêneros orais na escola. Bakhtiniana, São Paulo, 7 (1), p. 240-252, jan./jun. 2012Disponível online em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/8953/7565>. Acesso em 22 ago. 2019.
TEIXEIRA, Lucia; SOUSA, Silvia M.; FARIA, Karla; PATTRESI, Nadja Pattresi. Apoema Português. São Paulo: Editora do Brasil, 2019.
TOSCANI, Oliviero. As agências de publicidade são uma grande farsa. Entrevista concedida a Roberto D’ Ávila no canal Globo News e publicada no portal g1.globo.com em 25/05/2014 12h50. http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/05/agencias-de-publicidade-sao-uma-grande-farsa-diz-oliviero-toscani.html . Acesso em 26/02/2016
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipelementos e a construção de uma teoria tipológica geral de textos. In: FÁVERO, Leonor; BASTOS, Neusa; MARQUESI, Sueli (org.). Língua Portuguesa pesquisa e ensino – Vol. II. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2007. p. 97-117 Disponível em www.ileel.ufu.br/travaglia
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A caracterização de categorias de texto: tipos, gêneros e espécies. ALFA, vol. 51 n° 1: 39-79. São Paulo, 2007a. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1426
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Das relações possíveis entre tipos na composição de gêneros. Anais [do] 4º Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais (4º SIGET). Tubarão: UNISUL, 2007b. p. 1297-1306. Disponível em www.ileel.ufu.br/travaglia
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Sobre a possível existência de subtipos. Anais do VI Congresso Internacional da ABRALIN. João Pessoa: ABRALIN / UFPB, 2009. p. 2632-2641. Disponível em www.ileel.ufu.br/travaglia
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Fatos pertinentes para o trabalho com a tipologia textual no ensino de língua. In: MARQUESI, Sueli; PAULIOKONIS, Aparecida Lino; ELIAS, Vanda Maria. Linguística textual e ensino. São Paulo: Contexto. 2017. p. 69-89.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Tipologia textual e ensino de língua. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia: UFU/ILEEL, vol. 12, n. 3, jul. - set. 2018, p. 1336-1400. ISSN 1980-5799. DOI: 10.14393/DL35-v12n3a2018-1. Disponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/41612
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Policromias - Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados concordam em ceder à Policromias os direitos não exclusivos de publicação, permanecendo livres para disponibilizar seus textos em outros meios desde que mencionada a publicação da primeira versão na revista. Autorizam, ainda, a revista a ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores, repositórios e similares. É vedada a tradução para outro idioma sem a autorização escrita do Editor, ouvida a Comissão Editorial. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores.