A CAMPANHA QUE COMEÇA ANTES DA CAMPANHA: A PRISÃO DE LULA E SUA INTERFERÊNCIA NA AGENDA PÚBLICA NO PERÍODO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018

Autores

  • Flávia Clemente de Souza Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v4i2.31538

Palavras-chave:

Agendamento, jornalismo, campanha eleitoral, Lula, Análise de Discurso

Resumo

De acordo com o calendário eleitoral divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dia 16 de agosto de 2018 foi, oficialmente, o primeiro dia permitido aos candidatos para começarem sua propaganda eleitoral. No entanto, o agendamento permanente de “pré-candidatos” às eleições majoritárias é uma constância. Antes mesmo da indicação oficial dos partidos aos quais se encontram vinculados, estes políticos assumem a posição de fala de futuros pleiteantes aos cargos eletivos, sem respeitar quaisquer prazos legais para as campanhas. Esta postura fica explícita em futuros candidatos à presidência, constantemente procurados pelos jornalistas para opinar, ou externando voluntariamente sua visão em busca de repercussão, sobre as mais diversas temáticas presentes na agenda pública do País. No caso específico abordado neste artigo, verificaremos como a prisão de Luiz Ignácio Lula da Silva, apontado como um dos possíveis candidatos à disputa eleitoral pela Presidência da República, influenciou decisivamente na campanha eleitoral brasileira de 2018, por meio da análise de capas das principais revistas informativas em circulação naquele período: Veja, Isto É, Época e Carta Capital. Como perceberemos por meio das capas coletadas para a pesquisa, este agendamento começou em janeiro de 2018, oito meses antes do prazo do TSE para apresentação das candidaturas. Como suporte teórico para esta análise, recorreremos à Análise de Discurso (Orlandi, Pêcheux, Charaudeau) e à Teoria do Agendamento (McCombs e Shaw).

Referências

CHARAUDEAU, P. “Une analyse sémiolinguistique du discours”, revista Langages n. 117, Larousse, Paris, março, 1995

CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2013

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder, 9a. edição, Rio de Janeiro: Graal, 1990

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1980

LIPPMANN, W. Opinião Pública. (Coleção Clássicos da Comunicação Social) Petrópolis, RJ: Vozes, 2008 [1922]

McCOMBS, M. SHAW, D.L. “The Agenda-Setting Function of Mass Media”. In The Public Opinion Quarterly, Vol 36, n. 2 (Summer), pp. 176-187, 1972

McCOMBS, M. Setting the Agenda. The Mass Media and Public Opinion. Blackwell Publishing, Malden, 2008

ORLANDI, E. Análise de discurso: princípios e procedimentos, 9a edição, Campinas, SP: Pontes Editora, 2010

SOUZA, F.C. O jornal que não se lê: as charges de Chico Caruso no cotidiano do jornalismo brasileiro. Dissertação apresentada ao PPGCOM, Universidade Federal Fluminense, Niterói: 2002

Downloads

Publicado

2019-12-31

Edição

Seção

Artigos